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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Resenha: Filme O sol caminhando contra o vento.


Bem, talvez este não seja um Post realmente interessante, mas uma vez precisei fazer uma resenha deste filme para uma cadeira da faculdade e além de vê-lo, pesquisei por outras resenhas para ver a opinião das pessoas. 
Não achei muitas coisas, acredito que foram somente 2 resenhas encontradas. 
No começo, achei que seria uns dos meus trabalhos mais chatos, mas no final do filme, pude aprender muito mais sobre a história do nosso país e tomar consciência de coisas que eu não sabia sobre o Brasil.

Bem, então esta é a minha Resenha, pra quemmm sabe um dia alguém precisar de uma outra opinião sobre a obra, eis a minha.

Resenha: Filme O sol caminhando contra o vento.


O filme O Sol caminhando contra o vento é uma obra produzida e dirigida por Tetê Moraes, roteiro de Marta Alencar, Ana Arruda editora-chefe e projeto de Reinaldo Jardim para relembrar o Jonal-escola O Sol criado em 1967no Rio de Janeiro, que nasceu em meio ao golpe militar e o AI-5, Ato constitucional decretado em dezembro de 1968, onde foi dado o poder aos governantes para punir aos que fossem contra o regime.
Um documentário feito a maior parte com personagens confraternizando e falando das suas lembranças sobre o período em que o jornal circulava e também sobre fatos que ocorreram nessa época em que aparecem vídeos e fotos, contando também com depoimentos de de Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil.
Mostrou-se ser um jornal com temas políticos e culturais, feito por jovens que expressavam seus ideias de mudar o mundo na época da Ditadura.
Chico Buarque, Gilberto Gil e Carlos Lessa falam sobre o Golpe Militar de 1964, além disso no filme foram inseridos vídeos da Inauguração de Brasília, da Inauguração da Volkswagem em São Paulo, vídeos de 3 dias antes do Golpe Militar das manifestações onde em um cartaz se exigia a paridade entre civis e militares, pessoas saindo as ruas com bandeiras, vídeos do Presidente João Goulart, Assembléia dos Marinheiros, União Nacional dos Estudantes no qual se mostrava pessoas botando fogo nas coisas e deprendando um prédio, no qual acontece até hoje nas manifestações, o que as algumas pessoas ainda não perceberam que não é assim que a política irá mudar e sim na hora de escolher em quem votar para governar nossas cidades, estados e país.
Ziraldo falava que na época do jornal, tinha em mente a possibilidade de uma revolução profunda na questão de rumo, destino e consciência, falou ele: “A gente descobrimos o Brasil” e estavam muito alegres pela descoberta do país se tratando que existiam inúmeras possibilidades antes do AI-5.
Em meio a Tetê Moraes, relembra do menino Edson Luis, um estudante secundarista brasileiro que foi assassinado por policiais militares durante um confronto no restaurante Calabouço no centro do Rio de Janeiro, que marcou o início de um ano turbulento de intensas mobilizações contra o regime militar, Tetê fala que ouviu da redação da Visão sobre os tiros que mataram o menino, e assim foram mostrados vídeos do velório e passeata sobre a morte de Edson, onde aparecia uma cartaz que dizia: “Abaixo a Ditadura, Povo no Poder”, as pessoas cantavam a música Caminhando e Cantando, assim também percebia-se os músicos contra a repressão.
Outra coisa que Ziraldo conta foi quando foi enganado e preso, fala ele que estava numa festa na noite do AI-5, e no domingo de manhã o porteiro do prédio em que ele morava, com uma voz estranha disse que que tinha uma turma da faculdade de Niterói que queria o convidar para ser paraninfo, ele suspeitou, mas o porteiro confirmou que era isso e Ziraldo falou que então poderiam subir, os homens subiram e com suas armas lhe ordenaram para lhes acompanhar.
Uma frase que achei engraçada foi a que Chico Buarque comentou que alguém viu Ziraldo ser preso e pronunciou “Estamos fudidos”, uma expressão que não se leva ao pé da letra em questão de sexo e que para os jovens tem um significado de “Estamos com problemas”, mas que achava que esta tal expressão tinha surgido após os anos 2000, só que na verdade vem de muitos anos atrás, mas que até hoje algumas pessoas ficam apavoradas com a frase e remetem isso a algo muito vulgar de ser pronunciado. Bem voltando a questão de Chico Buarque, no outro dia da prisão de Ziraldo, Chico saiu as ruas nos bares em que frequentava e perguntava onde estavam fulanos e ciclanos, e obteve  a resposta de que tinham sido presos ou tinham sumido, o que era assustador e piorou a situação.
          Após isso mostrou-se vídeos do Teatro Roda Viva e a reportagem no Jornal sobre a depredação do Teatro, imagens também de hippies e o símbolo da Paz, da pílula contraceptiva que foram aprovadas para uso em 1960 inicialmente nos Estados Unidos, e vários outros vídeos de manifestações em outros países como EUA.
          Vladmir Palmeira, professor, conta que ele fazia parte da geração mais aberta em todos os sentidos, falando que era impossível comparar sua geração em 1966 com a geração anterior, pois por exemplo antes a moça que saia com um rapaz já não era mais considerada para casar e era chamada de galinha em 1964, e dois anos depois a moça que dizia ser virgem tratada como um caso de museu, Zuenir Ventura também falava que já nessa época tudo valia a pena experimenta, como por exemplo o relacionamento aberto ou drogas, Betty Faria contou que tentou a liberação da Pílula, do não casamento, a não virgindade para o casamento e sexo liberado e disse que isso foi tudo novo, tudo difícil, o que me deixou surpreendida, pois achava que estes termos liberais eram um pouco mais recentes, mas vi que essas mudanças começaram na década do nascimento da minha mãe, pois nos contos dos meus avós, no seu tempo, para os jovens ainda era tudo proibido, feio ou vulgar, meus avós casaram em 1958 e então pouco tempo depois da sua juventude solteira os conceitos mudaram, minha avó dizia que quando saia para um baile, não podia ir sem que mulheres mais velhas a acompanhassem.
          Ao final do filme os personagens que integraram o jornal contaram sobre o rumo que cada um tomou na vida profissional e sobre os seus aprendizados.
          Bem, este foi um Jornal que não só fez reportagens sobre as manifestações que ocorriam naquela época, mas que também fez parte delas, sem medo, se mostraram a favor da mudança, diferente dos Jornais de hoje, que com as manifestações do “VEM PRA RUA”, primeiramente foram contra, escrevendo que eram feitas por baderneiros e depois que mais pessoas em todos o Brasil começaram a manifestar-se também e contra o que os jornais diziam, os jornais “mudaram” seus conceitos nas reportagens para não perderem os seus leitores e assim o seu lucro.

          Fico pensando como seria se existisse um jornal feito por jovens no dia de hoje, talvez seria da mesma forma, jovens fazendo suas reportagens com suas opiniões, participando das manifestações, assim percebe-se que mesmo após mais de 40 anos depois, onde falamos o que pensamos, temos liberdade de opinião e não sofremos com o golpe militar, continuamos insatisfeitos com a política e não podemos parar de lutar pelos nossos direitos e ideais.

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