Bem, talvez este não seja um Post realmente interessante, mas uma vez precisei fazer uma resenha deste filme para uma cadeira da faculdade e além de vê-lo, pesquisei por outras resenhas para ver a opinião das pessoas.
Não achei muitas coisas, acredito que foram somente 2 resenhas encontradas.
No começo, achei que seria uns dos meus trabalhos mais chatos, mas no final do filme, pude aprender muito mais sobre a história do nosso país e tomar consciência de coisas que eu não sabia sobre o Brasil.
Bem, então esta é a minha Resenha, pra quemmm sabe um dia alguém precisar de uma outra opinião sobre a obra, eis a minha.
Resenha: Filme O sol caminhando contra o vento.
O filme O Sol
caminhando contra o vento é uma obra produzida e dirigida por Tetê Moraes,
roteiro de Marta Alencar, Ana Arruda editora-chefe e projeto de Reinaldo Jardim
para relembrar o Jonal-escola O Sol criado em 1967no Rio de Janeiro, que nasceu
em meio ao golpe militar e o AI-5, Ato constitucional decretado em dezembro de
1968, onde foi dado o poder aos governantes para punir aos que fossem contra o
regime.
Um documentário feito
a maior parte com personagens confraternizando e falando das suas lembranças
sobre o período em que o jornal circulava e também sobre fatos que ocorreram
nessa época em que aparecem vídeos e fotos, contando também com depoimentos de
de Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil.
Mostrou-se ser um
jornal com temas políticos e culturais, feito por jovens que expressavam seus
ideias de mudar o mundo na época da Ditadura.
Chico Buarque,
Gilberto Gil e Carlos Lessa falam sobre o Golpe Militar de 1964, além disso no
filme foram inseridos vídeos da Inauguração de Brasília, da Inauguração da
Volkswagem em São Paulo, vídeos de 3 dias antes do Golpe Militar das
manifestações onde em um cartaz se exigia a paridade entre civis e militares,
pessoas saindo as ruas com bandeiras, vídeos do Presidente João Goulart,
Assembléia dos Marinheiros, União Nacional dos Estudantes no qual se mostrava
pessoas botando fogo nas coisas e deprendando um prédio, no qual acontece até
hoje nas manifestações, o que as algumas pessoas ainda não perceberam que não é
assim que a política irá mudar e sim na hora de escolher em quem votar para
governar nossas cidades, estados e país.
Ziraldo falava que na
época do jornal, tinha em mente a possibilidade de uma revolução profunda na
questão de rumo, destino e consciência, falou ele: “A gente descobrimos o
Brasil” e estavam muito alegres pela descoberta do país se tratando que
existiam inúmeras possibilidades antes do AI-5.
Em meio a Tetê Moraes, relembra do menino Edson Luis, um estudante secundarista brasileiro que foi
assassinado por policiais militares durante um confronto no restaurante
Calabouço no centro do Rio de Janeiro, que marcou o início de um ano turbulento
de intensas mobilizações contra o regime militar, Tetê fala que ouviu da
redação da Visão sobre os tiros que mataram o menino, e assim foram mostrados
vídeos do velório e passeata sobre a morte de Edson, onde aparecia uma cartaz
que dizia: “Abaixo a Ditadura, Povo no Poder”, as pessoas cantavam a música
Caminhando e Cantando, assim também percebia-se os músicos contra a repressão.
Outra coisa que
Ziraldo conta foi quando foi enganado e preso, fala ele que estava numa festa
na noite do AI-5, e no domingo de manhã o porteiro do prédio em que ele morava,
com uma voz estranha disse que que tinha uma turma da faculdade de Niterói que queria o convidar para ser paraninfo, ele suspeitou, mas o porteiro confirmou
que era isso e Ziraldo falou que então poderiam subir, os homens subiram e com
suas armas lhe ordenaram para lhes acompanhar.
Uma frase que achei
engraçada foi a que Chico Buarque comentou que alguém viu Ziraldo ser preso e pronunciou “Estamos fudidos”, uma expressão que não se leva ao pé da letra em questão de
sexo e que para os jovens tem um significado de “Estamos com problemas”, mas
que achava que esta tal expressão tinha surgido após os anos 2000, só que na
verdade vem de muitos anos atrás, mas que até hoje algumas pessoas ficam apavoradas com a frase e remetem isso a
algo muito vulgar de ser pronunciado. Bem voltando a questão de Chico Buarque, no
outro dia da prisão de Ziraldo, Chico saiu as ruas nos bares em que frequentava
e perguntava onde estavam fulanos e ciclanos, e obteve a resposta de que tinham sido presos ou
tinham sumido, o que era assustador e piorou a situação.
Após
isso mostrou-se vídeos do Teatro Roda Viva e a reportagem no Jornal sobre a
depredação do Teatro, imagens também de hippies e o símbolo da Paz, da pílula
contraceptiva que foram aprovadas para uso em 1960 inicialmente nos Estados
Unidos, e vários outros vídeos de manifestações em outros países como EUA.
Vladmir
Palmeira, professor, conta que ele fazia parte da geração mais aberta em todos
os sentidos, falando que era impossível comparar sua geração em 1966 com a
geração anterior, pois por exemplo antes a moça que saia com um rapaz já não
era mais considerada para casar e era chamada de galinha em 1964, e dois anos
depois a moça que dizia ser virgem tratada como um caso de museu, Zuenir
Ventura também falava que já nessa época tudo valia a pena experimenta, como
por exemplo o relacionamento aberto ou drogas, Betty Faria contou que tentou a
liberação da Pílula, do não casamento, a não virgindade para o casamento e sexo
liberado e disse que isso foi tudo novo, tudo difícil, o que me deixou
surpreendida, pois achava que estes termos liberais eram um pouco mais
recentes, mas vi que essas mudanças começaram na década do nascimento da minha
mãe, pois nos contos dos meus avós, no seu tempo, para os jovens ainda era tudo
proibido, feio ou vulgar, meus avós casaram em 1958 e então pouco tempo depois
da sua juventude solteira os conceitos mudaram, minha avó dizia que quando saia
para um baile, não podia ir sem que mulheres mais velhas a acompanhassem.
Ao
final do filme os personagens que integraram o jornal contaram sobre o rumo que
cada um tomou na vida profissional e sobre os seus aprendizados.
Bem,
este foi um Jornal que não só fez reportagens sobre as manifestações que
ocorriam naquela época, mas que também fez parte delas, sem medo, se mostraram
a favor da mudança, diferente dos Jornais de hoje, que com as manifestações do
“VEM PRA RUA”, primeiramente foram contra, escrevendo que eram feitas por
baderneiros e depois que mais pessoas em todos o Brasil começaram a
manifestar-se também e contra o que os jornais diziam, os jornais “mudaram”
seus conceitos nas reportagens para não perderem os seus leitores e assim o seu
lucro.
Fico
pensando como seria se existisse um jornal feito por jovens no dia de hoje,
talvez seria da mesma forma, jovens fazendo suas reportagens com suas opiniões,
participando das manifestações, assim percebe-se que mesmo após mais de 40 anos
depois, onde falamos o que pensamos, temos liberdade de opinião e não sofremos
com o golpe militar, continuamos insatisfeitos com a política e não podemos
parar de lutar pelos nossos direitos e ideais.
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